sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Momentos

Leia a seguir alguns momentos dos textos criados pelos participantes do curso e que serão utilizados como referência de aprendizagem até o dezembro, tanto nas aulas quanto em atividades abertas ao público:

Cairo 20h
(de Ailton de Souza, Elton Rodrigues e Ruy Aguiar)

CARVALHO corre para o outro lado do palco.
CARVALHO (pensando alto) – Cairo? Vinte? Filho da mãe! Tava escondendo o jogo. O desgraçado descobriu antes de todo mundo onde o lance do petróleo!
(Para o rádio, desconfiado, olhando para os lados com medo que alguém os escute.)
CARVALHO – Rodolfo, Carvalho, é o caralho. Não, caralho, é o Carvalho. Escuta. Dica quente pra você. Essa é totalmente certa. O cara lá das Arábias encontrou o troço preto nas pirâmides... (fala pausadamente para enfatizar as palavras, explicando) O cara lá, primo dos terroristas, vai cavar o negócio preto junto das pirâmides! Sabe pirâmide, Nilo, múmia amaldiçoada? Porra, Rodolfo, larga de ser burro. O xeique encontrou petróleo no Egito.

Filho dos outros
(de Gilvan Tavares, Jaime Cavalcanti, Onézia de Souza Leão e Vanessa Lourena)

HOMEM - Tem medo de estar aqui?
MULHER - Tenho. Você não?
HOMEM - Tenho sim.
MULHER - Porque não vai embora?
HOMEM - Você também não tem medo? E está aqui, não está?
MULHER - Estou, mas..
HOMEM - Pronto, somos dois.

(pausa)
MULHER - Como você consegue ser tão frio?
HOMEM - Deve ser porque não pretendo matar ninguém.


Invisível
(de Christiana Albuquerque, Franklin Costa, Laura Lopes e Márcio Andrade)

TV (OFF) - Em breve teremos no nosso palco o escritor Mauricio Arruda, para comentar sobre seu inegável sucesso, o livro “O Invisível” e também explicar a recente informação sobre o processo de plágio que corre contra ele na justiça. Aguardem, depois do intervalo comercial, mais do Programa de Cultura. (sons do intervalo comercial)
(Laura se levanta com o livro no regaço, diminui o volume da televisão quase que maquinalmente. Dá uns passos pela sua sala.)

LAURA – Não é possível! Não acredito que o meu livro... (pausa, pensando) o meu querido livro, ser fruto... disso! (Balança a cabeça, incrédula). Essas palavras são cópia de outro?

O contador e o diabo
(de Biagio Pecorelli Filho, Camila Delgado, Edivane Batista e Telma Ratta)

CLAUDIONOR - Tá. 126, Benedito José Aguiar do Livramento, 52 anos, causa mortis: insuficiência respiratória.
DIABO - Esse conta não... me interessa só homicídio, homicídio é que é a glória! Quero bater o record por metro quadrado. Números jamais vistos na história de São Leopoldo das Glórias! Satanás mora aqui, rapaz! Tá pensando o que? (O celular de Claudionor toca) Que é isso? Vai atender celular na hora do expediente, Claudionor? Pode não... conta aí os mortos, querido!
(Claudionor fala baixo ao celular, nem o Diabo ouve. Ele desliga, com cara de preocupado.)
DIABO - Algum problema, Claudionor? Tá precisando de ajuda, rapaz? Estou aqui, viu?


Vento forte pra água e sabão
(de Amanda Silva e Giordano Bruno)

ARLINDO - olha lá... o sol tá mergulhando...
BOLONHESA - como assim?
ARLINDO - É... no fim do dia o sol entra no mar... e o mar se espalha pelo céu, pintando ele de azul profundo, pra deixar tudo escuro e trazer a noite...
BOLONHESA: Que lindo! Ah, Arlindo... Eu gostei tanto do meu dia... que acho que até podia explodir de alegria! (risos)
ARLINDO: Explodir? Não!

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